ELETROLIPÓLISE

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O tecido adiposo é composto pelos adipócitos que tem como principal função, ser o depósito de ácido graxos em forma de triglicerídeos, sendo o maior reservatório energético. Possui as funções de: proteção dos órgãos vitais, proteção contra impactos, síntese de ATP (energia), regulamentação de temperatura, preenchimento e sustentação.

O excesso de gordura corporal e a ação hormonal podem levar ao depósito de tecido gorduroso em determinadas partes do corpo. No homem, o local preferencial é o abdômen e na mulher é a região do quadril. O excesso de gordura pode existir mesmo em pessoas sem excesso de peso, o que explica a presença de gordura localizada mesmo em mulheres aparentemente magras.

A eletrolipólise é destinada à redução de gorduras localizada, sendo que a sua aplicação se faz diretamente na área, gerando uma ação lipolítica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulos de ácidos graxos. É uma técnica que consiste na aplicação de corrente elétrica bidirecional de baixa frequência (por volta de 20Hz), através de agulhas, abaixo da pele durante um tempo de 60 minutos. O campo elétrico realizado na massa tissular ocasionado pelas agulhas altera a permeabilidade da membrana do adipócito, com isso aumenta a eliminação dos triglicerídeos intra-adipocitários para o interstício. 

A corrente elétrica que passa entre as agulhas provoca algumas modificações fisiológicas:

• Efeito joule: a corrente elétrica, ao circular por um condutor, realiza um trabalho que produzirá certo tipo de “calor” ao atravessá-lo.
• Efeito eletrolítico: o campo elétrico gerado por esta corrente na eletrolipólise induz o movimento iônico que traz consigo modificações na polaridade da membrana celular.
• Efeito de estímulo circulatório: o ligeiro aumento de temperatura que se instala no local, contribui, em parte, para a instalação de uma vasodilatação, pois a corrente atua com estímulo direto nas inervações, promovendo uma ativação da microcirculação.
• Efeito neuro-hormonal: quando se utiliza uma corrente específica de baixa frequência durante a eletrolipólise, produz uma estimulação artificial do sistema nervoso simpático, e como consequência ocorre a liberação de catecolaminas com o aumento da AMP cíclico intra-adipocitário e aumento da hidrólise dos triglicerídeos.

Técnica de aplicação

São usadas agulhas de acupuntura, fabricadas em aço inoxidável ou em prata, descartável, medindo de 0,25 mm a 0,3 de diâmetro com comprimento que variam de 1 cm a 3 cm, ou de 10 cm a 12 cm. Colocamos o paciente em posição confortável, com as áreas de tratamento expostas e desinfetadas, onde são introduzidas pares de agulhas de forma paralela no tecido adiposo. As mesmas são colocadas de modo que cubram toda a área a tratar, recomendamos que a distância não ultrapasse 10 cm, a fim de que não haja dispersão da corrente e os efeitos sejam diminuídos (utiliza, normalmente, 5 cm de distância entre as agulhas). É importante também que as mãos do operador estejam desinfetadas ou que o mesmo faça uso de luvas estéreis. Durante a sessão, é preciso aumentar progressivamente a intensidade da corrente para não ter acomodação mais respeitar o limite do paciente.

Após a sessão, pode aplicar algum tratamento complementar como eletroestimulação neuromuscular, drenagem linfática, carboxterapia, ultrassom, estimulação de pontos de acupuntura etc.

Para que o tratamento tenha melhor resultado, deve somar ao tratamento uma dieta hipocalórica e hidrosalina, controlada para favorecer a saída de água intracelular, assim como atividades físicas com característica aeróbicas, pois a corrente elétrica, ao estimular a lipólise, os triglicerídeos ficam disponibilizados para consumo, diante disso, é necessário que a ingestão calórica seja menor que os gastos energéticos diários.

As sessões podem ser semanais, e para que haja resultados, deve ocorrer um mínimo de seis sessões, podendo o tratamento alcançar até dez sessões, devemos levar em conta que os efeitos se prolongam durante umas semanas a mais, sendo que para julgar os resultados, temos que esperar ate 45 dias após o fim do tratamento.

Modo de aplicação da Eletrolipólise

Contraindicações da eletrolipólise:

• Mioma uterino; câncer;
• Toma de medicamentos com corticóides, progesterona e/ou beta-bloqueadores;
• Hipertensão; hipoglicemia; diabetes;
• Síndrome de Cushing; marcapasso cardíaco;
• Hipotireoidismo; gravidez;
• Epilepsia; insuficiência renal;
• Alergia na zona a ser tratada;
• Deficiência de cálcio, osteoporose.

Segundo a Lei nº 12.592, de 18 de Janeiro de 2012, art. 4 permite o esteticista a atuar com eletroterapias em geral para fins estéticos.

Referencias:

BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas, São Paulo: Phorte, 2006.

JUNQUEIRA E CARNEIRO, Histologia Básica editora Guanabara Koogan, 9º Ed., 1999, Rio de Janeiro.

ZARAGOZA, J. R. Electroestética. Madrid: Nueva Estética,1995.

ZANIN. C. E,; TOLENTINO. M. T.,; CEPEDA. C. C,; BUSNARDO L.V. Estudo comparativo dos efeitos da eletrolipólise por acupontos associada ao trabalho aeróbico no tratamento da adiposidade abdominal grau I EM INDIVÍDUOS DO SEXO FEMININO COM IDADE ENTRE 18 E 25 ANOS. RUBS, Curitiba, v.1,n.2,p.64-71, mai-ago 2008.

GUIRRO, E. C. O; GUIRO, R. R, J. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos e Patologias. São Paulo: Manole, 2002.